Saulo Roston vence a final de Ídolos na Record

Na última, Quarta-feira (16 de dezembro de 2009) O Programa Ídolos conheceu o vencedor da temporada 2009. A eleição foi feita por júri popular. De um lado estava, Saulo Roston, um cantor de 20 anos de idade, pele morena, com argolões prata nas orelhas, jeito másculos no olhar, timbre aveludado e afinado que soavam sempre canções populares com um cantinho de paixão perigosa no gosto das mulheres.Do outro lado,Diego Moraes, um estilista de arranjos vocais no palco, pernas dançantes de um passista leve e sonoro em cada caminhar pelas transferências equilibradas de norteio, preparado no Caminho melódico.Cabeleira irmã as suas influências musicais.


Saulo Roston, dono de um timbre médio, belo e afinado, ótimo alcance vocal mostrou-se um guerreiro durante o “torneio” de canto mais popular no Brasil. A cada etapa veio se superando,corrigindo os erros técnicos, cometidos durante o programa, crescendo em versatilidade de estilos musicais. Apesar de assumir um modelo romântico na interpretação vocal, Saulo passeou pelo sertanejo, pop rock, MPB e etc. O Cantor Romântico impressionou no quesito, cantando musicas populares, (canções que tem em suas observações uma postura calma, sem muita efervescência técnica, desprovida de firulas, já que dentro dessas canções é de costume prezar frases melódicas simplórias), o Saulo impressionou com o uso de falsetes e outras técnicas vocais oriundas do soul, que se encaixaram muito bem no momento da musica. Afirmando assim, a sua ótima influencia musical e incontestável preparação como cantor e artista.


Diego Moraes, o “garoto” de 24 anos, mostrou que é um artista diferenciado, desde as primeiras apresentações. Diego veio ao programa pronto. Mostrou domínio vocal,domínio cênico , visual “estiloso” e uma boa dose de carisma.Disparado o mais criativo cantor que pisou no programa ídolos,desde a primeira temporada do Programa.
Diego é um daqueles artistas raro, que reúne qualidade, técnica, bom gosto, personalidade e equilíbrio. Diego veio ao programa ídolos para ensinar como é possível experimentar doses de musica de “alta cultura” á canções populares e dar certo. Na musica Garçom(famosa canção que ficou famosa na voz do cantor brega,Reginaldo Rossi)Diego faz algo inédito,se utiliza de frases jazzísticas para vestir com vestes novas a pobre melodia original da musica,dando espaço para a livre-criação dos músicos que o acompanhava,o qual fazem sessões de rearmonizações criativas na canção.Agora a música que era um brega, ganha um novo corpo com a liberdade do jazz,a sustentação do soul e a leveza sonora do MPB,grande façanha feita pelo Diego e os músicos do programa.


Diego é um cantor ousado que não tem medo de escolhas difíceis, não tem medo de encarar intenções melódicas complicadas, não tem medo de experimentar novas interpretações, de utilizar frases longas e de difícil execução, em músicas populares, não tem medo de tiradas de tom, não tem medo de reinterpretar setores chaves de canções conhecidas pelo público, o qual rende uma mudança significativa e perceptível na audição do ouvinte, e pode agradar ou desagradar. Mas essa é justamente a característica do Diego Moraes que o mais enriquece a habilidade de utilizar o intelectual maior da musica de “alta cultura” na música popular, sem confusão de linguagem ao publico receptor, uma reinterpretação equilibrada e de leveza sonora impressionante.


Saulo Roston venceu a nova temporada do ídolos, nessa noite de quarta-feira, muito mais pelo modelo romântico que reuni na qualidade de sua voz e pela imagem “ideal” estereotipada, que a indústria fonográfica se utiliza para vender produto para o publico do que pela superioridade vocal, mostrada durante o programa. Uma valorização muito maior ao produto que se adéqua mais com o perfil dessa leva de produtos musicais, sem muita novidade,que não choca o publico.
Diego é o músico de característica revolucionária, que canta muito! privilegia a boa musica, o estudo da voz, o musico que abala as estruturas do mercado,músico que se desvirtua do perfil mercadológico.


A vitória de Saulo, também, se atribui a ignorância do povo, o qual se revela desprovida de mínima percepção musical. A “cultura” musical do povo é pobre e dependem de incentivo estatal, projetos de educação de musical nas escolas e comunidades para que essas injustiças não se repitam.
O Brasil há muito tempo carece de conscientização musical, de uma melhora nos produtos artísticos oferecidos no mercado ao povo. Quando isso acontecer haverá uma renovação no quadro de artistas que estão na mídia no país, pois a percepção sonora e intelectual do público estará preparada para eleger os artistas certos, aqueles que prezam pela boa musica.


Fiquem com as palavras do Saulo Roston, depois da premiação de quarta-feira e reflitam sobre a proposta do programa. Será que ganha o melhor,como eles dizem?Ou ganha o produto “perfeito” na concepção da suja indústria fonográfica?

“- Não posso dizer que sou um ótimo cantor. Eu dei foi sorte. (...)
O Diego é o ser mais criativo que eu conheço. Tudo que ele canta fica ótimo. Eu fico p. da vida com ele [risos]. Ele é um cara por quem tenho grande admiração. É um gigante.” (Saulo Roston)



WELLDON JORBERT -17 DE DEZEMBRO DE 2009